quarta-feira, 4 de abril de 2012

Domingo de Páscoa

Jesus Cristo ressuscitou! Está vivo!


“‘Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou!’ (Lc 24, 5b-6).
 
Catecismo da Igreja Católica

"Vos anunciamos a Boa Nova de que a Promessa Feita aos pais, Deus a cumpriu em nós, os filhos, ao ressuscitar Jesus" (At 13,32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida pela primeira comunidade cristã como verdade central, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida nos documentos do novo Testamento, predicada como parte essencial do Mistério Pascal ao mesmo tempo que a Cruz: Cristo ressuscitou dentre os mortos.

Com sua morte venceu a morte. "Aos mortos deu a vida".

O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente comprovadas como o testifica o Novo Testamento. Já  São Paulo, no ano 56, pôde escrever aos Coríntios: "Porque vos trasmiti, em primeiro lugar, o que por minha vez recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado e que ressucitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que  se apareceu a Cefas e depois aos Doze" (1Cor 15, 3-4). O apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição que recebeu depois de sua conversão às portas de Damasco (ver At 9,3-18).

"Por que buscar entre os mortos àquele que está entre os vivos? Não está aqui, ressuscitou (Lc 24,5-6). No marco dos acontecimentos da Páscoa, o primeir elemento que  que é encontrado é o sepulcro vazio. Não é em si uma prova direta, A ausência do corpo de Cristo no sepulcro poderia ser explicada de outro modo (ver Jo 10,13; Mt 28,11-15). Apesar disso, o sepulcro vazio constituiu para todos um sinal essencial. Seu descobrimento pelos discípulos foi o primeiro passo para o reconhecimento do fato da Ressurreição. No caso, em primeiro lugar, das santas mulheres (ver Lc 24,3.22-23), depois de Pedro (ver Lc 24,12). "O discípulo que Jesus amava" (Jo 20,2) afirma que, ao entrar no sepulcro vazio e ao descobrir  "as vendas no chão" (Jo 20,6) "viu e acreditou" (Jo 20,8). Isso supõe que constatou no estado do sepulcro vazio (ver Jo, 20,5-7) que a ausência do corpo de Jesus não poderia ter sido obra humana e que Jesus não teria voltado  simplesmente a uma vida terrena como havia sido o  caso de Lázaro (ver Jo 11,44).

Maria Madalena e as santas mulheres, que iam embalsamar o corpo de Jesus enterrado às pressas na tarde da Sexta-feira pela chegada do Sábado (ver Jo 19,31.42), foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado. Assim as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os própios apóstolos (ver Lc 24,9-10). Jesus  apareceu em seguida a eles, primeiro a Pedro, depois aos  Doze. Pedro, chamado a confirmar na fé seus irmãos, vê portanto  o Ressuscitado antes dos demais e sobre seu testemunho se apoia a comunidade quando exclama: "É verdade! O Senhor ressuscitou e  apareceu a Simão!" (Lc, 24,34).

Tudo o que aconteceu nestas  jornadas pascais compromete a cada um dos apóstolos -e a Pedro em particular- na construção a nova era que começou na manhã de Páscoa. Como testemunhas do  Ressuscitado, os apóstolos são as pedras de fundação de sua Igreja. A  fé da primeira comunidade de fiéis se funda no testemunho de homens concretos, conhecidos dos cristãos e, para a maioria, vivendo entre eles ainda. Estes "testemunhas da Ressurreição de Cristo" (ver At 1,22) são principalmente Pedro e os Doze, mas não somente eles: Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais jesus apareceu de uma só vez, além de Santiago e de todos os apóstolos (ver 1Cor 15,4-8).

Diante destes testemunhos é impossível interpretar a Ressurreição de Cristo fora da ordem física, e não reconhecê-lo como um fato histórico. Sabemos pelos fatos que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da paixão e da morte na cruz de seu mestre, anunciada por Ele de antemão (ver Lc 22,31-32). A sacudida provocada pela paixão foi tão grande que (pelo menos, alguns deles) não acreditaram em seguida na notícia da ressurreição. Os evangelhos, longe de nos mostrar uma comunidade acometida por uma exaltação mística, nos apresentam os discípulos abatidos e assustados. Por isso não acreditaram nas santas mulheres que voltavam do sepulcro e "suas palavras  pareciam desatinos" (Lc 24,11). Quando Jesus se manifesta aos onze na tarde de Páscoa, "jogou-lhes na cara sua incredulidade e sua dureza de cabeça por não ter acreditado nos que o  tinham visto  ressuscitado" (Mc 16,14).

Tão impossível lhes parece que, até mesmo colocados diante da realidade de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam: creem ver um espírito. "Não acabam de acreditar por causa da alegria e estavam assustados" (Lc 24,41). Tomás conhecerá a mesma prova da dúvida e, na  última aparição na Galiléia referida por Mateus, "alguns entretanto duvidaram" (Mt 28, 17). Por isto a  hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um 'produto' da fé (ou da credulidade) dos apóstolos não tem consistência. Pelo contrário, sua fé na Ressurreição nasceu sob a ação da graça divina- da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado."

"Que noite tão ditosa -canta o «Exultet» de Páscoa-, só ela conheceu o momento em que Cristo ressuscitou dentre os mortos!". Com efeito, ninguém foi testemunha ocular do acontecimento da Ressurreição e nenhum evangelista o descreve. Ninguém pode dizer  como aconteceu fisicamente. Menos ainda, sua essência mais íntima, a passagem à outra vida, foi perceptível aos sentidos. Acontecimento histórico demostrável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado, entretanto não por isso a Ressurreição seja alheira ao centro do Mistério da fé naquilo que transcende e sobrepassa à história. Por isso, Cristo ressuscitado não se manifesta ao mundo senão a seus discípulos, "aos que haviam subido com ele da Galiléia à Jerusalém e que agora são suas  testemunhas perante o povo" (Hch 13,31).

"Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa pregação, vã também vossa fé" (1Cor 15,14). A Ressurreição constitui principalmente a confirmação de tudo o que Cristo fez e ensinou. Todas as verdades, inclusive as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua justificativa se  Cristo, ao ressuscitar, deu a prova definitiva de sua autoridade divina segundo o havia prometido.
A Ressurreição de Cristo é cumprimento das promessas do Antigo Testamento e do próprio Jesus durante sua vida terrena. A expressão "segundo as Escrituras" (ver 1 Cor 15,3-4 e o Símbolo Niceno-Constantinopolitano) indica que a Ressurreição de Cristo cumpriu estas pregações.

Há  um duplo aspecto no mistério pascal: por sua morte nos liberta do pecado, por sua Ressurreição nos abre o acesso a uma nova vida. Esta é, em primeiro lugar, a justificativa que nos devolve à graça de Deus "afim de que, assim como Cristo  ressuscitou dentre os mortos... assim também nós vivamos uma nova vida" (Rm 6,4). Consiste na vitória sobre a morte e o pecado e na nova participação na graça. Realiza a adoção filial porque os homens se convertem em irmãos de Cristo, como Jesus mesmo chama a seus discípulos depois de sua Ressurreição: "Ide, avisai a meus irmãos" (Mt 28,10; Jo 20,17). Irmãos  não por natureza, mas por dom da graça, porque esta filiação adotiva confere uma participação real na vida do Filho único, a que revelou plenamente em sua Ressurreição.

Por último, a Ressurreição de Cristo – e o  próprio Cristo ressuscitado - é princípio e fonte de nossa ressurreição futura: "Cristo ressuscitó dentre os mortos como primícia dos que dormiram... do mesmo modo que en Adão morrem  todos, assim também todos reviverão em Cristo" (1Cor 15, 20-22). Na espera de que isto se realize, Cristo ressuscitado vive no coração de seus fiéis. Nele os cristãos "saboreiam os prodígios do mundo futuro" (Hb 6,5) e sua vida é transportada por Cristo ao seio da vida divina "para que já  não vivam para si os que vivem, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles" (2Cor 5,15).

 
COMO SE CALCULA A PÁSCOA? QUANDO VAI CAIR?

A Páscoa sempre acontece na primeira lua cheia após a primavera na Europa (outono aqui no Brasil). A primavera na Europa tem um enorme significado de vida, pois durante o inverno toda a natureza fica morta, ressurgindo com o início de uma nova estação. Podemos fazer uma analogia da primavera com a Ressurreição de Jesus, que vence a morte.
Bem, como estávamos falando, quando descobre-se qual o dia da primeira lua cheia da primavera, então passam-se a contar 40 dias (quaresma) para trás, sem incluir os domingos. Então chega-se à data que será a Quarta-Feira de Cinzas e o início da quaresma. Por isso, a Páscoa é uma data móvel, assim como a Sexta-Feira Santa, a Quinta-Feira Santa, o Carvanal etc.


           BAIXADA CATÓLICA DESEJA A TODOS UMA FELIZ PASCOA

"Que, na Páscoa, nossa fé seja revigorada pela certeza de que Cristo ressuscitou e está entre nós!"

IMAGENS COBERTAS COM PANO ROXO NO QUINTO DOMINGO DA QUARESMA


É costume muito antigo na Igreja, a partir do quinto Domingo da Quaresma – também chamado de Primeiro Domingo da Paixão, na forma extraordinária do Rito Romano, (sendo na verdade o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o Segundo Domingo da Paixão) – cobrir com pano roxo as cruzes, quadros e imagens sacras. As cruzes ficam cobertas até o final da liturgia da Sexta – Feira Santa, os quadros e demais imagens até a celebração da noite de Páscoa. 

O sentido profundo desse ato de cobrir as imagens sacras, fundamenta-se no luto pelo sofrimento de Cristo Nosso Senhor, levando os fiéis a refletir, ao contemplar esses objetos sagrados cobertos do roxo, que simboliza a tristeza, a dor e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de N. Senhor Jesus Cristo, que teve de ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo São João:
 “Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? (...). Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.” (Jo 10, 31-32.39-40)

A sua segunda dúvida versa sobre o cântico de Verônica durante a procissão do enterro do Senhor. Primeiramente, falemos um pouco sobre Verônica, cujo nome deriva-se de “veros icona” (imagem verdadeira), pelo fato de segundo a Tradição da Igreja, ela ter enxugado o rosto de Cristo a caminho do Calvário, e a imagem do rosto de Cristo ter ficado gravada milagrosamente no véu. Este episódio não consta na Sagrada Escritura, apenas na Tradição da Igreja (1). O nome de Verônica é mencionado no livro apócrifo “Atos de Pilatos” (século VI), no capítulo VII, fazendo crer que se trata da mesma mulher curada por Jesus da hemorragia
(cf. Lucas 8,43-48).  

Pois bem, na procissão Verônica canta a lamentação: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor igual à minha dor.” Ressaltando a dor do Cristo que padece pela humanidade. Note-se que é comum cânticos e lamentações em velórios, conforme o testemunho de São Marcos e S. Mateus:
 
“Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações.Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo”. (Mc 5,38-39) [grifo nosso]
 
“Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.” (Mt 9,23-24).

Fonte: Veritatis